29 de agosto de 2012

Um texto de memórias literárias escrita por uma aluna. Muito bom!


Valores perdidos

Minha infância foi em Corumbá-MS, onde nasci e vivi, era repleta de brincadeiras como “pega-pega”, “amarelinha”, “passa anel” “peteca”, “roda” e várias outras que cercavam as crianças da época. Lembro-me que havia uma inocência no brincar em que a amizade e o respeito eram valorizados.

Esse respeito estava presente, também, na minha relação com meus pais que era muito boa. Brincávamos, conversávamos, mas quando chegava visita, não podíamos entrar no meio da conversa, entrar na sala jamais era permitido, caso desobedecêssemos, éramos colocados de castigo, além de levarmos algumas palmadas. 

Na minha época, a sociedade era tranquila, não havia brigas, rebeldias. A sociedade vivia em harmonia. Isso devido aos cuidados dos pais ou responsáveis, pois se quiséssemos sair, só podíamos acompanhados da mãe ou do pai. Andar sozinho era sinônimo de falta de respeito.

Quando cheguei aqui em campo Grande, não tinha prédios, poucas ruas asfaltadas, o bairro onde vivo até hoje, era tranquilo, não tinha muitos bandidos ou qualquer outro tipo de vandalismo. Caminhávamos tranquilamente pelas ruas admirando os passantes e os lugares. Tomar o chimarrão e o tererê nas calçadas era algo mais comum.

Lembro-me de algo que marcou bastante minha vida, foi o dia em que minha mãe morreu. Fiquei muito triste, senti-me mal e cheguei a pensar: “o que seria de mim?”, mas com o passar do tempo superei e hoje ficaram as boas lembranças de quem amo muito.

Diante desses fatos, para mim a vida de antigamente era bem melhor, pois não existia tanta desgraça como hoje, não tinha tanta droga, vândalos, gangues e o estresse da sociedade atual.

Outra diferença está na tecnologia, naquela época era composta por Discos de músicas (os chamados LP’S) e rádios, lembro-me que em casa tínhamos fogão à lenha, o ferro de passar a roupa era aquecido com brasas feitas de carvão. Não tínhamos televisão, geladeira e várias outras mordomias de hoje.

Comparando a sociedade atual e a de antigamente muitas coisas se perderam as pessoas ficaram mais violentas além de fofocas caluniosas. Sou Gilma Flores, tenho 60 anos, nasci em 23 de maio de 1952 e esse é o meu sentimento ligado ao aprendizado dos anos que apesar de às vezes lamentar, alegro-me em ver tudo que posso ensinar e continuar aprendendo.



Aluna:Annie Caroline
Turma: 7 ano B (2012)
Escola: EM Profº Gonçalina Faustina de Oliveira.
Profº Wagner G Lucas

25 de agosto de 2012

Muito boa essa!!!!


A MORTE DA TARTARUGA - Millôr Fernandes


O menininho foi ao quintal e voltou chorando: a tartaruga tinha morrido. A mãe foi ao quintal com ele, mexeu na tartaruga com um pau (tinha nojo daquele bicho) e constatou que a tartaruga tinha morrido mesmo. Diante da confirmação da mãe, o garoto pôs-se a chorar ainda com mais força. A mãe a princípio ficou penalizada, mas logo começou a ficar aborrecida com o choro do menino.

— Cuidado senão você acorda seu pai!

Mas o menino não se conformava. Pegou a tartaruga no colo e pôs-se a acariciar-lhe o casco duro. A mãe disse que comprava outra, mas ele respondeu que não queria, queria aquela, viva! A mãe lhe prometeu um carrinho, uma bicicleta, lhe prometeu uma surra, mas o pobre menino parecia estar mesmo profundamente abalado com a morte do seu animalzinho de estimação.

Afinal, com tanto choro, o pai acordou lá dentro, e veio, reclamando, ver de que se tratava. O menino mostrou-lhe a tartaruga morta. A mãe disse:

— Está aí assim há meia hora, chorando que nem maluco. Não sei mais o que eu faço. Já lhe prometi tudo, mas ele continua berrando desse jeito.

O pai examinou a situação e propôs:

— Olha, Henriquinho. Se a tartaruga está morta não adianta mesmo você chorar. Deixa ela aí e vem cá dentro com o pai.

O garoto depôs cuidadosamente a tartaruga junto do tanque e seguiu o pai, pela mão. O pai sentou na poltrona, botou o garoto no colo e disse:

— Eu sei que você sente a morte da tartaruguinha. Eu também gostava muito dela. Mas vamos fazer pra ela um grande funeral. (Empregou de propósito a palavra difícil).

O menininho parou imediatamente de chorar.

— O que é funeral?

O pai lhe explicou que era um enterro.

— Olha, nós vamos à rua, compramos uma caixa bem bonita, muitas balas, bombons, doces e voltamos para casa. Depois botamos a tartaruga na caixa em cima da mesa da cozinha e rodeamos de velas, cantamos ―Parabéns pra você‖ para a tartaruguinha morta e você assopra as velas. Depois pegamos a caixa, abrimos um buraco no fundo do quintal, enterramos a tartaruguinha e botamos uma pedra em cima com o nome dela e o dia em que ela morreu.
— Isso é que é funeral? Vamos fazer isso!

O garotinho estava com outra cara.

— Vamos, papai, vamos! A tartaruguinha vai ficar contente lá do céu, não vai? Olha, eu vou apanhá-la.
Saiu correndo. Enquanto o pai se vestia, ouviu um grito no quintal.

— Papai, vem cá, ela está viva!

O pai correu pro quintal e constatou que era verdade. A tartaruga estava andando de novo, normalmente.

— Ela está viva! - disse o pai – Não vamos ter que fazer o funeral!

— Vamos sim, papai! – disse o menino ansioso, pegando uma pedra bem grande – Eu mato ela!!!

15 de agosto de 2012

Um artigo muito interessante!



Enem aponta diferenças entre alunos brancos e negros



     Recorte inédito de dados de desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2010 nas capitais do País, além de confirmar a distância entre as notas médias dos estudantes de colégios particulares e os de escolas públicas, revela o abismo que separa estudantes brancos e negros das duas redes.    Os números mostram que as notas tiradas pelos alunos brancos de escolas particulares no exame são, em média, 21% superiores às dos negros da rede pública - acima da diferença de 17% entre as notas gerais, independentemente da cor da pele, dos estudantes da rede privada e os da rede pública. O levantamento também aponta distorções entre os Estados. De acordo com especialistas, esse cenário é o reflexo da desigualdade social e também da diferença dos níveis de qualidade das redes estaduais.
     Por sua vez, a nota média de negros que estudam em escola privada é 15% superior às dos negros da rede pública - próxima dos 17% entre todos os estudantes da rede particular e da rede pública. Embora em menor dimensão, a variação de desempenho entre negros e brancos dentro da escola pública também é desvantajosa para o primeiro grupo. Na média, os brancos têm médias 3% maiores que os negros. O fato de os negros terem rendimento menor do que os brancos, mesmo dentro da rede pública, tem explicações econômicas e pedagógicas, segundo a diretora do Todos Pela Educação, Priscila Cruz.
    Na questão econômica, segundo ela, a explicação é que "entre os pobres, os negros são os mais pobres". O lado pedagógico refletiria a baixa expectativa. "Em uma sala de aula, se uma criança negra começa a apresentar dificuldade, a professora desiste de ensiná-la muito mais rapidamente do que desistiria de um estudante branco." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo


 Fonte:
http://br.noticias.yahoo.com/enem-aponta-diferen%C3%A7as-alunos-brancos-negros-110000418.html