8 de abril de 2011

Cotas de Negros e índios em universidades



Cotas para negros e índios, por quê?


É inegável dizer que a lei de cotas em universidades e instituições de ensino causa polêmica. Bem como, é notório que se faça uma análise mais profunda para que essa seja compreendida pela população num todo. Percebe-se que uma parcela da sociedade desconhece a questão aqui debatida anexando a isso um ato de discriminação e preconceito.


Caso isso fosse uma utopia de uma classe de maiorias, mas esmagada por minorias, não observaríamos tão poucos afros descendentes, além de indígenas, ausentes nas diversas camadas superiores da sociedade e nos ambientes sociais mais comuns, como escolas, em profissões, casas noturnas e em qualquer ambiente considerados de classe média ou alta.

Desde o início da colonização portuguesa no Brasil, o negro e o índio vêm sofrendo preconceitos e exclusões, numa sociedade composta e formada por uma miscigenação. Quando a chamada “Abolição” foi assinada pela então Princesa Izabel, o negro foi abandonado à margem da sociedade por ser considerado incapaz de executar tarefas renumeradas, claro fruto de uma ideologia racista que dominava e continua a dominar a elite. Sendo assim os senhores escravagistas optaram por convocar trabalhadores de outros países, que na época, passavam por crises econômicas fortíssimas, assim excluindo a população negra, essa por sua vez tendo como única opção, matar e roubar pra suprir suas necessidades básicas, criando assim uma imagem deturpada da raça e classe social que foram impostas a eles.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) dados do Censo 2000 - o Brasil possuía naquele ano uma população de 170 milhões de habitantes, dos quais 91 milhões se classificaram como brancos (53,7%), 65 milhões como pardos (38,4%), 10 milhões como pretos (6,2%), 761 mil como amarelos (0,4%) e 734 mil como indígenas (0,4%). Acredita-se que hoje esse número tem crescido muito, sendo assim, o que causaria tanta diferença social? Por que o negro e o índio não se destacam tanto quanto os brancos? Os fatos estão ai e demonstram o abandono desses e a dificuldade de oportunizar crescimento.

Então fica claro que a luta e as conquistas dos movimentos em prol do negro estejam apoiadas em cotas, pois só assim a sociedade, de alguma forma, mesmo sendo forçada, fará que a inclusão dos negros, dos pardos ou dos índios, seja algo sequencial  como um “efeito dominó”. Se mais negros entram em Universidades, automaticamente, mais negros se formarão e subentende-se que esses abrirão portas para outros no mercado de trabalho e assim as oportunidades surgirão e num futuro, talvez não tão próximo, mas um futuro real, essas cotas deixarão de existir por passar a ser algo normal e cotidiano de uma sociedade.

Talvez isso não seja o melhor caminho, mas devemos interpretar essa lei como um passo, talvez o primeiro de muitos, para quebrarmos preconceitos, diferenças e quem sabe, acabarmos de vez com essa doença que é a desigualdade social.

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