Gostaria de dar as Boas vindas a todos os meus alunos, amigos e visitantes do meu blog. Começo a construí-lo no dia 06 de agosto de 2010 às 14:00h.Percebendo que meus alunos muitas vezes solicitam materiais e são muitos, resolvi criar esse blog e aqui postar textos e informações à respeito de técnicas de redação.
31 de março de 2012
29 de março de 2012
Simples e objetivo.
A eterna busca da imortalidade
O ser humano desde os primórdios de sua criação, busca a imortalidade embasado na ideia ambiciosa de liderança, riqueza e poder, com isso utilizava e continua a utilizar das diversas crenças e da ciência.
Os teólogos e religiosos acreditam que essas crenças vem do sentimento nato que liga o indivíduo ao seu criador e com isso surgiram vários ritos que levaram a crer na satisfação e consequentemente a recompensa pelos bons atos: dança da chuva, oferendas ao rei sol, sacrifícios de cordeiros, são alguns desses que , de alguma forma colaboraram para o bom desenvolvimento e harmonia social. O outro fator presente nessa busca tem causa na ambição, no poder e na riqueza. A necessidade, por egoísmo, de viver os prazeres mundanos.
Com isso, surgiram as diversas ciências e que trouxe consigo a quebra e a tentativa de destruição dessa crença, sendo muitos desses cientistas acusados de blasfêmia, heresia e chamados de malucos. Copérnico, Newton e vários outros que a história registra em seus livros.
Esses cientistas, com suas experiências, acabaram por descobrirem certas curas para várias doenças e teorias que desfizeram mitos, mas em contrapartida feriram a ética e os valores morais das sociedades. Encontramos um exemplo disse na clonagem que alguns acreditavam ser a descoberta da eternidade, mas com resultados frustrantes.
Sendo assim, apesar dos benefícios da ciência, a morte é algo inevitável à humanidade, resta-nos encará-la de forma natural, aproveitando o máximo que a vida possa dar em alegria, felicidade e sabedoria.
23 de março de 2012
Reforma ortográfica
Olá pessoal! Cliquem nesse link abaixo e teste seus conhecimentos sobre a nova reforma ortográfica através de um jogo divertido.
http://fmu.br/game/home.asp
http://fmu.br/game/home.asp
21 de março de 2012
Mais uma dissertação comenta
Aos
brasileiros, as bananas
O patriotismo da nação canarinho mais uma vez
sai às ruas. O entusiasmo verde e amarelo sobrepõe-se aos interesses nacionais:
é ano de Copa do Mundo.
Como acontece há várias décadas, o povo
tupiniquim exala patriotismo em torno da superioridade inata da invencível
seleção. Esse ufanismo - mesmo que sazonal-, típico do brasileiro
[brasileiro,] evidenciou-se, principalmente, na década de 70, durante a ditadura
militar. Slogans como, "Brasil: ame-o ou deixe-o" eram freqüentes,
numa época em que todas as virtudes brasileiras eram exaltadas e, [e] o
povo, alienado, esquecia-se da escuridão democrática em que vivia.
A cada quatro anos o Brasil vive a epifania do
futebol. O extremado fundamentalismo canarinho destaca-se diante das inúmeras
propagandas políticas, visto que se trata de ano eleitoral. No entanto, o
famigerado espetáculo circense apresentado pelo Congresso Nacional, [Nacional]
talvez não tenha mais graça para o povo, que prefere, em vez disso,
contemplar-se com o espetáculo futebolístico.
Numa sociedade em que se convive diariamente com a
violência à porta de casa, com a desigualdade social estampada nas esquinas e
com o dinheiro pago pelos altíssimos impostos vazando pelos ralos da corrupção,
a alienação, seja [alienação seja,] talvez, o ópio do povo. Embora, [Embora]
isso seja motivo de vergonha e contestação, para o brasileiro, [brasileiro]
tornou-se uma maneira de ocultar, pelo menos por um curto período, o caos e o
esquecimento político encontrado em nosso país.
O campeonato chega ao fim. A invencibilidade do nosso esquadrão nem sempre é comprovada e, após muito samba e emoção, o povo tupiniquim volta à triste realidade. E o que sobra a ele, [ele] é o espetáculo das bananas, que os novos governantes hão de providenciar.
O campeonato chega ao fim. A invencibilidade do nosso esquadrão nem sempre é comprovada e, após muito samba e emoção, o povo tupiniquim volta à triste realidade. E o que sobra a ele, [ele] é o espetáculo das bananas, que os novos governantes hão de providenciar.
Comentário geral
Bom
texto, adequado à estrutura dissertativa e conteúdo crítico. Há, porém um
excesso de adjetivação, inclusive com a repetição de algumas expressões
(tupiniquim e canarinho), o que desgasta um pouco o efeito criativo da
linguagem. Também seria interessante evitar expressões consagradas, como
"futebol, ópio do povo", se não houver a citação de seu autor. Na
pontuação, é preciso corrigir as falhas no uso de vírgulas.
Competências avaliadas
Competência
|
Nota
|
|
1.
|
Demonstrar
domínio da norma culta da língua escrita.
|
1,5
|
2.
|
Compreender
a proposta da redação e aplicar conceito das várias áreas de conhecimento
para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto
dissertativo-argumentativo.
|
2,0
|
3.
|
Selecionar,
relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos
em defesa de um ponto de vista.
|
2,0
|
4.
|
Demonstrar
conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da
argumentação.
|
2,0
|
5.
|
Elaborar
a proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos
valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.
|
2,0
|
Total
|
9,5
|
Desempenho do aluno em cada competência
Nota 2,0
- Satisfatório
|
Nota 0,5
- Fraco
|
Nota 1,5
- Bom
|
Nota 0,0
- Insatisfatório
|
Nota 1,0
- Regular
|
Mais um belo poema do sul matogrossense Di Freitas
SALVE,
SALVE A FOLIA!
Salve, salve o povo Brasileiro!
Povo alegre e hospitaleiro!
Já nasce sambando com a bola no pé
Terra de um rei chamado Pelé!
Neste reino de faz de conta
O que impera é a folia de uma falsa democracia
Que nos obriga a votar!
Que democracia é essa que nos tira o direito de optar?
Neste reino de faz de conta
A saúde anda mal!
Faltam leitos em hospital
Doentes amontoados nos corredores
Os médicos nem aí com suas dores!
Neste reino de faz de conta
A vida começa depois do carnaval
Com a cobertura completa no “Jornal Nacional”
Neste reino de faz de conta
Existem políticos “atuantes”!
Que tiram onda com os pobres ignorantes!
Neste reino de faz de conta
O povo não sabe votar
Se soubesse o Collor e o Sarney não estariam lá!
Neste reino de faz de conta
O povo adora ser “coitadinho”
Acorda meu povo!
Temos o poder nas mãos!
Tudo pode mudar no dia da eleição!
Levante a bandeira da coragem!
“Todo ser humano é um universo em si mesmo”
Vá à luta, vá sem medo!
Salve, salve o país do futebol!
Pra que se preocupar com a pobreza?
“O povo só precisa de pão e circo”
Para esquecer a tristeza
Neste reino de faz de conta
Existe uma doença gravíssima
Que se chama esquecimento
O sintoma é fácil detectar
Faz uma forcinha, tente lembrar
No político que você elegeu para te representar
Salve, salve a alegria!
Deixe a melancolia pra lá!
Vem pro reino da fantasia
Tem muito feriado prolongado
Os nossos políticos precisam descansar!
Sidnei Garcia de Freitas - Di Freitas como gosta de ser chamado
nasceu em Bandeirantes em 05 de dezembro de 1971. Mudou-se para Campo Grande
ainda pequeno por motivo de separação de seus pais onde reside até hoje. Pai de
cinco filhos, romântico por natureza e diante da necessidade de expressar seu
amor, arriscou escrever versos para sua amada e assim se descobriu poeta aos 37
anos. De sensibilidade extremada, se inspira nos fatos do cotidiano para compor
suas poesias. Possui uma poesia publicada na Antologia Poética: Poemas de Mil
Compassos, organizada pelo escritor baiano, Elenilson Nascimento, e hoje nos
brinda com essa coletânea de seus mais belos poemas.
20 de março de 2012
O que é
desenvolvimento
sustentável?
A definição mais aceita para desenvolvimento
sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração
atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras
gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.
Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e
propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a
conservação ambiental.
O que é preciso fazer para alcançar o desenvolvimento sustentável?
Para ser alcançado, o
desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconhecimento de que
os recursos naturais são finitos.
Esse
conceito representou uma nova forma de desenvolvimento econômico, que leva em
conta o meio ambiente.
Muitas
vezes, desenvolvimento é confundido com crescimento econômico, que depende do
consumo crescente de energia e recursos naturais. Esse tipo de desenvolvimento
tende a ser insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos
quais a humanidade depende.
Atividades
econômicas podem ser encorajadas em detrimento da base de recursos naturais dos
países. Desses recursos depende não só a existência humana e a diversidade
biológica, como o próprio crescimento econômico.
O
desenvolvimento sustentável sugere, de fato, qualidade em vez de quantidade,
com a redução do uso de matérias-primas e produtos e o aumento da reutilização
e da reciclagem.
Os modelos de desenvolvimento dos países industrializados devem ser seguidos?
O desenvolvimento econômico é
vital para os países mais pobres, mas o caminho a seguir não pode ser o mesmo
adotado pelos países industrializados. Mesmo porque não seria possível.
Caso
as sociedades do Hemisfério Sul copiassem os padrões das sociedades do Norte, a
quantidade de combustíveis fósseis consumida atualmente aumentaria 10 vezes e a
de recursos minerais, 200 vezes.
Ao
invés de aumentar os níveis de consumo dos países em desenvolvimento, é preciso
reduzir os níveis observados nos países industrializados.
Os
crescimentos econômico e populacional das últimas décadas têm sido marcados por
disparidades.
Embora
os países do Hemisfério Norte possuam apenas um quinto da população do planeta,
eles detêm quatro quintos dos rendimentos mundiais e consomem 70% da energia,
75% dos metais e 85% da produção de madeira mundial.
(http://www.wwf.org.br/informacoes/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/)
REDAÇÃO NOTA DEZ!!!!
O preconceito racial está
chegando ao fim?
A Sobrevivência do preconceito
Tese O fato de muitos negros hoje ocuparem lugares de destaque não indica que o preconceito racial está chegando ao fim, demonstra apenas que o mundo está abandonando a imagem do negro como pessoa incapaz de atingir um objetivo. São pessoas que conseguiram aproveitar as oportunidades e alcançaram o sucesso, porém, jamais chegariam onde estão se não tivessem algum respaldo financeiro.
A1 A escolha dos americanos para presidente da república mostra que o preconceito existe até nos dias atuais, pois foi uma eleição que jamais causaria tanto impacto se o mundo estivesse realmente amadurecido quanto à questão racial. Foi um espetáculo midiático, que transformou um candidato comum em um arauto dos novos tempos, fazendo com que parecesse mais um duelo de raças do que um embate de propostas políticas em uma nação que depois de tanto controlar o mundo começou a ter seu brilho apagado.
A2 Barack Obama não teve a infância que um negro pobre teria, cursou universidades prestigiadas e teve como cartão de acesso ao mundo dos brancos o fato de sua mãe e avós maternos serem desta raça. O grande mérito de Obama foi ter aproveitado as oportunidades que tinha e conseguir trilhar uma trajetória política que fizesse com que merecesse uma vaga na disputa pela Casa Branca.
A3 O argumento de que o preconceito está acabando porque muitos artistas negros fazem sucesso em Hollywood é um sofisma. As pessoas acreditam que o fato de eles estarem lá significa a derrubada do muro da intolerância e o fim da imagem do branco como superior. O fato é que os atores negros estão em evidência simplesmente porque existem personagens negros, e não porque são símbolos dos novos tempos."
CONCL.O preconceito racial sobrevive e somente com investimentos na área de educação e a punição para atos discriminatórios podem diminuir cada vez mais a ideologia racista predominante. Não é o sucesso de alguns negros que vai abrir o caminho para os outros, da mesma maneira que não é reservando cotas em faculdades, mas sim a melhoria do ensino público que podem diminuir a diferença entre a média da população de quaisquer raça que consiga atingir o ensino superior.
Parte inferior do
formulário
As conseqüências do desemprego
|
As principais conseqüências do desemprego no Brasil
se agravam a cada dia, principalmente nos grandes centros urbanos, onde se pode
observar o número excessivo de pessoas que vive na mais completa miséria, a
expansão de favelas nesses grandes centros e o aumento da criminalidade.
Movidas pela idéia de que, nos grandes centros, o
ser humano conta com melhores condições para a sua subsistência, populações
inteiras imigram do interior. O sonho termina logo que essas pessoas chegam e
começam a procurar emprego. São inúmeros os problemas com os quais se deparam e
a resposta é sempre a mesma: "Não há vaga", ou ainda "A vaga já
foi preenchida".
Sem terem para onde ir, essas pessoas acabam se
alojando em favelas, aumentando-as em sua extensão territorial, ou formam
outras que crescem do mesmo modo, vivendo de maneira degradante. A luta agora é
outra -- com a fome, a total miséria. O pouco que conseguem mal dá para a sua
sobrevivência e a de suas crianças. Isso
tudo explica a existência de tantos meninos que tentam vender balas, chocolates
e outras pequenas mercadorias aos motoristas que param a espera do sinal abrir.
Junto com a miséria e a fome, surgem doenças, muitas vezes sem a possibilidade
da cura, pois se conseguem atendimento médico gratuito, não têm como comprar os
remédios.
Diante de todos esses problemas, pode-se
acrescentar mais um: o da criminalidade. Bastaria citar a grave situação
desencadeada nas favelas entre os denominados traficantes que lá se instalam e
os policiais. Todavia, esse é apenas um dos mais graves exemplos. Além da
conotação que se tem com relação a quem mora em uma favela -- a de bandido --,
há ainda o forte impulso da miséria que, com o desemprego, faz com que muitos
acabem roubando aqui e acolá, de pequenos a grandes roubos, de um simples furto
a assaltos a mão armada, provocando a morte de inocentes.
Portanto, ante os fatos já mencionados, pode-se
confirmar a gravidade das conseqüências geradas pelo desemprego; conseqüências
essas que tendem a aumentar diariamente, pois não há muito comprometimento por
parte dos governantes e da sociedade. Enquanto cada cidadão estiver preocupado
apenas com seus direitos, a taxa de desemprego continuará crescendo, e também a
miséria, as favelas e a criminalidade.
14 de março de 2012
10 de março de 2012
A útima crônica
A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.
Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.
Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês.
O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho - um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular. A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.
São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: "Parabéns pra você, parabéns pra você..." Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura - ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido - vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso."
Fernando Sabino
Cronica
A luta e a lição
Autor: Carlos Heitor Cony
Um brasileiro de 38
anos, Vítor Negrete, morreu no Tibete após escalar pela segunda vez o ponto
culminante do planeta, o monte Everest. Da primeira, usou o reforço de um
cilindro de oxigênio para suportar a altura. Na segunda (e última), dispensou o
cilindro, devido ao seu estado geral, que era considerado ótimo.
As façanhas dele me
emocionaram, a bem sucedida e a malograda. Aqui do meu canto, temendo e
tremendo toda a vez que viajo no bondinho do Pão de Açúcar, fico meditando
sobre os motivos que levam alguns heróis a se superarem. Vitor já havia vencido
o cume mais alto do mundo. Quis provar mais, fazendo a escalada sem a ajuda do
oxigênio suplementar. O que leva um ser humano bem sucedido a vencer desafios
assim?
Ora, dirão os
entendidos, é assim que caminha a humanidade. Se cada um repetisse meu exemplo,
ficando solidamente instalado no chão, sem tentar a aventura, ainda estaríamos
nas cavernas, lascando o fogo com pedras, comendo animais crus e puxando nossas
mulheres pelos cabelos, como os trogloditas –se é que os trogloditas faziam
isso. Somos o que somos hoje devido a heróis que trocam a vida pelo risco. Bem
verdade que escalar montanhas, em si, não traz nada de prático ao resto da
humanidade que prefere ficar na cômoda planície da segurança.
Mas o que há de
louvável (e lamentável) na aventura de Vítor Negrete é a aspiração de ir mais
longe, de superar marcas, de ir mais alto, desafiando os riscos. Não sei até
que ponto ele foi temerário ao recusar o oxigênio suplementar. Mas seu exemplo
–e seu sacrifício- é uma lição de luta, mesmo sendo uma luta perdida.
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